O fim do ano se aproxima e é inevitável não sentir aquela vontade de colocar no papel as próximas metas a serem realizadas no curto e longo prazo. Aliás, para falar verdade, muitas pessoas relacionam um novo ano com a oportunidade de corrigir algumas rotas equivocadas, tudo isso com o objetivo de ter resultados melhores, principalmente ao nível financeiro.
Serão 365 novos dias para corrigir comportamentos que, de alguma forma, possam ter prejudicado os resultados almejados para a sua vida pessoal e financeira. Mas, nem tudo são flores. Não basta colocar no papel um monte de metas que tenham grandes chances de não serem realizadas por você, gerando frustração e desespero, viu?!
É preciso pensar com responsabilidade, identificando metas cabíveis de serem concretizadas. E não para por aí. Além de pensar nas suas metas, você também precisa lembrar que o início do ano vem acompanhado de muitas obrigações financeiras, como IPVA (Imposto sobre a propriedade de veículos automotores), IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), material escolar das crianças, ajuste no convênio médico, entre outras.
Diante desse cenário, é natural se perguntar: como conciliar todas essas responsabilidades e ainda assim alcançar seus objetivos? A resposta está no planejamento financeiro pessoal. Ao criar um plano detalhado, você terá uma visão clara de suas receitas e despesas, permitindo que você priorize seus gastos e tome decisões mais conscientes.
Um bom planejamento financeiro não só te ajuda a organizar finanças, mas também te proporciona mais tranquilidade, reduz o estresse e aumenta suas chances de alcançar as suas metas para o próximo ano — além da independência financeira. Ou seja, ao adotar essa prática, você garante mais controle sobre suas despesas e consegue traçar estratégias para alcançar seus objetivos, sem comprometer sua estabilidade financeira.
Falar de organização financeira sem analisar o número de pessoas que estão seguindo o oposto disso é inevitável, pois isso mostra o quão necessário é ter uma relação saudável com o dinheiro, dando um sentido ainda maior para organizar as finanças e perseguir metas eficientes.
Por falar nisso, o levantamento mensal da Serasa aponta que só em agosto de 2024 cerca de 72,46 milhões de brasileiros encontravam-se em situação de inadimplência, o que impacta diretamente na qualidade de vida e na saúde financeira das famílias.
E o que faz grande parte dos brasileiros estarem em situação de endividamento?
Na realidade, muitas vezes, as dívidas são vistas como um mal necessário, o que pode ser um pensamento muito perigoso. Afinal de contas, o que começa como um pequeno parcelamento aqui, um financiamento ali, um cartão de crédito estourado por lá, pode rapidamente se transformar em uma bola de neve, comprometendo o orçamento familiar e gerando um círculo vicioso de endividamento — e dessa forma, o início de um novo ano, que deveria ser um período de renovação e recomeço, acaba sendo uma fase de grande estresse.
Isso significa que ter dívidas a serem pagas invalida a ideia de traçar novas metas para o próximo ano? NÃO! Pelo contrário, elas se mostram ainda mais necessárias, pois podem ser o estímulo que precisa para colocar a organização e planejamento entre os seus hábitos.
Aliás, vale pontuar que a organização e planejamento são conceitos diferentes, viu?! Mas, claro, ambos são essenciais para uma vida financeira equilibrada.
Organizar finanças significa saber exatamente para onde está indo cada parte do seu dinheiro, controlando entradas e saídas. Já o planejamento envolve definir metas claras, prazos e estratégias para atingir seus objetivos financeiros. Isto é: enquanto a organização cuida da visão presente do seu orçamento, o planejamento traça o caminho para o futuro.
E para colocar ambos em prática pode ser simples: comece registrando todas as suas despesas e receitas, identifique onde é possível cortar ou ajustar gastos e, em seguida, defina metas que te auxiliam a poupar e guardar dinheiro, como também fazer a quitação de dívidas.
Só que tem dívidas sabe o peso que elas podem ter na vida, mas para que elas não sejam as protagonistas dos seus dias, te levando para o fundo do poço, é preciso tomar alguns cuidados.
Muitas vezes, os erros financeiros começam com pequenas decisões que, acumuladas, podem gerar um grande problema. Por isso, o primeiro passo é evitar gastos desnecessários e ter consciência de como cada decisão impacta sua saúde financeira. Um exemplo prático é o pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito, que parece uma solução rápida, mas que gera altos juros no saldo devedor, tornando a dívida maior e mais difícil de controlar.
Por isso, para evitar que essas dívidas se acumulem e se tornem um problema ainda maior, é fundamental adotar alguns hábitos e cuidados ao organizar finanças no seu dia a dia. Confira:
Para entender como se organizar financeiramente e evitar novas dívidas, é importante adotar algumas práticas que ajudarão a manter suas finanças sob controle ao longo do ano. E tem mais: quando você segue um planejamento com disciplina, você tem mais chances de pagar suas contas e ainda criar uma reserva para emergências futuras. Para isso, é importante seguir algumas estratégias:
Comece anotando todos os seus ganhos e despesas, desde as contas fixas até os gastos variáveis. Ao listar todas as suas receitas e gastos, você terá uma visão clara de onde seu dinheiro está indo, permitindo identificar áreas para economizar.
Se você já tem dívidas, o ideal é buscar renegociar os valores com as instituições financeiras. Entre em contato com os credores para renegociar as dívidas em condições mais favoráveis, como redução de juros e parcelamento em mais vezes, aliviando o seu orçamento.
Pagar primeiro as dívidas mais caras, como as que possuem juros mais altos, incluindo fatura do cartão de crédito e empréstimo, fará com que você economize dinheiro a longo prazo e se livre das dívidas mais rapidamente — além de evitar que o valor das dívidas cresça ainda mais.
Os parcelamentos com muitos meses podem parecer mais leves no início, mas acabam estendendo a dívida e comprometendo o orçamento por mais tempo. Lembre-se que ao optar por pagar à vista ou em menos parcelas, você pode quitar dívidas mais rápido.
Defina objetivos claros, como quitar dívidas, poupar para um projeto específico ou realizar um sonho. Isso ajuda a manter o foco e a disciplina financeira, podendo fazer ajustes pontuais na forma como se organiza financeiramente para alcançá-los em um período específico.
Ter uma reserva financeira ou de emergência é fundamental para lidar com imprevistos sem precisar recorrer a novos empréstimos ou parcelamentos. Faça aplicações inteligentes, começando com pequenas quantias e, depois, aumentando conforme possível.
Controle o uso do crédito e evite fazer compras parceladas por impulso. Sempre considere se realmente precisa daquele produto ou serviço antes de assumir uma nova dívida. Ao controlar seus impulsos e evitar compras por impulso, você evitará que suas dívidas cresçam ainda mais.
O início do ano é o melhor momento para você começar a organizar finanças e garantir um planejamento eficiente no curto e longo prazo para evitar novas dívidas. Lembre-se que ao seguir um plano bem estruturado e com disciplina, você não apenas consegue quitar as contas pendentes, mas também constrói uma relação mais saudável com o dinheiro.
E tudo isso te traz mais tranquilidade financeira. Aliás, por falar em tranquilidade, não se esqueça: ter uma reserva de emergência pode te ajudar a lidar com imprevistos e, principalmente, garantir que você esteja preparado para situações inesperadas — em outras palavras, é um dinheiro que faz a diferença em situações que exigem soluções rápidas.
Não espere mais para transformar suas finanças. Comece agora mesmo a planejar seu futuro financeiro. Você tem o poder de mudar sua realidade!
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