O que é deflação, por que ela ocorre e como lidar com as implicações?
A economia pode parecer um assunto reservado a políticos e administradores de empresas, algo bem distante da realidade de muitos brasileiros, mas ela tem mais influência no seu dia a dia do que imagina. Prova disso é a quantidade imensa de termos que você vê diariamente nas redes sociais, por exemplo, destacando as mudanças e o quanto certas decisões podem mexer com a sua rotina.
Um desses termos é a deflação, que, apesar de ser menos comentada que a inflação, pode gerar uma grande insegurança financeira, tendo em vista que as suas oscilações influenciam diretamente no seu poder de compra, fazendo com que adie decisões de compra, além de gerar um ciclo vicioso que pode prejudicar toda a economia.
Afinal, o que é deflação e por que ela acontece?
Imagine uma gangorra: de um lado, a inflação, que faz os preços subirem; do outro, a deflação, que os faz descer. Enquanto a inflação corrói o seu poder de compra, a deflação pode parecer tentadora, com preços mais baixos. Mas cuidado! Essa queda nos preços pode ser um sinal de que a economia está desacelerando.
No caso, a deflação acontece quando a oferta de produtos é maior do que a demanda, o que tecnicamente faz com que os preços caem, e os motivos pelo qual isso acontece são variados, como aumento das taxas de juros, que encarece o crédito e desestimula o consumo, ou políticas econômicas que restringem a atividade econômica.
E aqui vai um ponto de atenção: embora a deflação possa parecer benéfica a curto prazo devido à queda dos preços, ela traz consequências negativas para a economia como um todo. Afinal, com ela, o valor real das dívidas aumenta, tornando-as mais difíceis de serem quitadas e desestimulando a tomada de novos empréstimos.
Além disso, a expectativa de que os preços continuem caindo pode levar você a adiar algumas compras, o que reduz a demanda e, consequentemente, a produção.
Esse cenário cria um ciclo vicioso: a queda na demanda leva à redução da produção, o que resulta em demissões e diminuição da renda das famílias. Com menos renda, você e a população como um todo passa a consumir ainda menos, aprofundando a recessão. É como um dominó: uma peça cai e todas as outras são afetadas.
Em outras palavras, a deflação, ao contrário do que se possa imaginar, é um problema econômico sério que pode levar a uma desaceleração econômica e ao aumento do desemprego. Por isso, é um assunto delicado em que as autoridades econômicas precisam estar sempre atentas aos riscos que a envolve, adotando medidas para estimular a demanda e evitar que a economia entre em um espiral deflacionário.
O que observar em relação à deflação e no que ela implica diariamente?
A deflação é um fenômeno complexo com impactos significativos na economia. E como dito antes, ela pode parecer um presente, mas esconde armadilhas. Para desvendar seus mistérios e se preparar para o futuro, se atente a estes indicadores:
- Redução do consumo e investimento: durante esse período, é comum as pessoas adiarem atividades como compras e vendas, esperando a continuidade da queda de preço. Esse comportamento leva a uma diminuição na movimentação econômica, envolvendo o mercado em um ciclo de recessão.
- Aumento do valor real das dívidas: enquanto os preços caem e o seu poder de compra diminui, algumas coisas tendem a ficar estáticas, como as dívidas, que permanecem no mesmo valor e, na verdade, parecem maiores com o tempo. Por exemplo, alguns setores podem reduzir os salários durante esse período devido à queda nos investimentos, o que diminui ainda mais seu poder de compra e dificulta a negociação das dívidas.
- Queda nos lucros das empresas: apesar de reduzir custos ao diminuir a força de trabalho, menos pessoas empregadas afetam diretamente as vendas das empresas, resultando em lucros menores. Esse cenário pode levar ao fechamento de muitas empresas. Por exemplo, você é um jovem empreendedor vendendo doces e precisa encerrar as suas atividades devido à estagnação do mercado e à falta de recursos para reinvestir em matéria-prima.
- Risco de desemprego: se a sua empresa tem poucos lucros, já que os preços estão caindo, é comum que haja menos investimentos. Com menos investimentos, você pode precisar engavetar seus projetos de expansão e, em algum momento, reduzir as equipes. Logo, esse cenário de deflação acaba por gerar demissões, ainda que os funcionários tenham bom desempenho.
- Impacto nos investimentos: a mudança na realidade econômica muda o escopo de visão dos investidores. É comum que muitos apostem em investimento mais conservadores, apostando em retornos de renda fixa. Neste caso, você como empreendedor, em um cenário instável de deflação, terá mais dificuldade para encontrar investidores que acreditem no potencial do seu negócio.
- Política monetária e fiscal: o maior sinal de deflação e a única maneira eficaz de mudar esse cenário é uma ação das autoridades responsáveis pela economia do país. Altas nas taxas de juros e a falta de incentivos para outros tipos de investimento são sinais que podem dizer muito sobre o futuro. Por exemplo, imagine um aumento na taxa de juros para obtenção de crédito. Isso faz com que sua empresa adie projetos de investimento e as pessoas evitem buscar crédito para consumir mais, contribuindo ainda mais para a estagnação da economia.
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7 estratégias para proteger suas finanças durante a deflação
Agora que você já entendeu melhor o que é deflação e como ela impacta no dia dia, saiba que superá-la pode ser desafiador, porém não é o fim do mundo. Com algumas estratégias eficientes, é possível proteger suas finanças e até mesmo aproveitar algumas oportunidades por conta da queda de preços, como por exemplo:
1. Reavalie suas dívidas
Durante a deflação, o valor real das suas dívidas aumenta. O ideal, nesse momento, é priorizar a quitação delas o mais rápido o possível, principalmente nas quais incide uma taxa de juros maior, não descartando a possibilidade de renegociar prazos com os credores. Até mesmo procurar por empréstimos com taxas mais baixas é muito válido.
Por exemplo, se você tiver mais de uma dívida, junte todas em uma planilha para controle e busque o máximo de renegociação que conseguir. Após essa etapa, selecione aquela com maior taxa de juros e comece a quitação por ela.
2. Invista em ativos de renda fixa
Quando o mercado inicia um período de recessão, é comum vermos um medo generalizado tomar conta e a redução de investimentos. Ativos de renda fixa, no entanto, continuam sendo uma opção válida, por terem uma previsibilidade do resultado. Você pode, por exemplo, direcionar seus investimentos para Títulos Públicos, como o Tesouro Direto, que oferece diversas opções que podem encaixar no que você procura.
3. Diversifique seus investimentos
Diversificar os investimentos é fundamental em qualquer cenário econômico. Ao distribuir o capital em diferentes ativos, como renda fixa e variável, você reduz o risco de perdas e aumenta as chances de obter bons retornos a longo prazo. Por exemplo, ter uma conta remunerada, que rende mais que a poupança, e o Tesouro Direto pode ser uma ótima maneira de começar a diversificar sua carteira.
4. Tenha um fundo de emergência
Investir é essencial para fazer o dinheiro render, mas lembre-se: nem todo investimento é de fácil acesso. Para garantir sua tranquilidade, mantenha um fundo de emergência em uma conta de fácil acesso. Assim, você estará preparado para imprevistos e poderá aproveitar as oportunidades de investimento sem se preocupar.
5. Aproveite as oportunidades
Com um bom planejamento financeiro e uma reserva de emergência, você pode transformar a deflação em uma oportunidade. A queda dos preços permite adquirir bens e serviços de maior valor por um custo menor, como imóveis e viagens. Além disso, uma rede de contatos confiável pode abrir portas para negócios e investimentos vantajosos.
6. Controle seus gastos
A deflação, com seus preços mais baixos, pode criar a ilusão de um momento propício para gastar. No entanto, a redução do poder de compra e o risco de perda de emprego podem transformar essa euforia em um pesadelo financeiro. Neste caso, fazer um planejamento financeiro sólido é essencial para garantir a estabilidade financeira, mesmo em momentos de crise.
7. Eduque-se financeiramente
Entender os fundamentos da economia não é um bicho de sete cabeças. Com um pouco de estudo no seu tempo livre, você pode desvendar os mecanismos do mercado e se preparar para o futuro. Acompanhe as notícias, leia blogs especializados e invista em cursos básicos de finanças para tomar decisões mais assertivas.
Prepare-se para lidar com a deflação com inteligência!
Apesar de ser menos popular do que a inflação, a deflação também é algo que deve ter nossa compreensão, bem como fazer parte da rotina ao realizar um bom planejamento das finanças pessoais. Afinal de contas, os seus impactos influenciam diretamente no funcionamento de todo o sistema econômico e chegam até mesmo a quem pouco compreende sobre o que, de fato, é deflação.
Em muitos aspectos, esse fenômeno econômico pode assustar e parecer ser muito desafiador, mas saber o que é deflação permite que você desenvolva estratégias adequadas para proteger suas finanças e até mesmo encontrar oportunidades em meio a esse cenário para que seja possível alcançar objetivos e realizar sonhos com o preparo e informação adequados.
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