Você sabe como calcular o IOF em suas compras com cartão?

Quem não tem (ou nunca teve) um cartão de crédito que atire a primeira pedra. Esse pedaço de plástico possui um poder financeiro imenso nas mãos das pessoas, tanto que se tornou uma solução indispensável para todos, seja pela praticidade e segurança nas compras, na facilidade de pagamento, ou por ser um grande aliado em situações emergenciais.

Mas para usá-lo tranquilamente e sem apuros financeiros é importante olhá-lo como um aliado na gestão do seu dinheiro e não um completo irreal da sua renda, até porque de gasto em gasto sua fatura se torna uma bola de neve e o não pagamento pode ocasionar em cobranças enormes, inclusive a incidência de impostos, como o IOF (Imposto sobre operações financeiras).

E por mais que o IOF seja relacionado por muitos às transações internacionais (comprinhas em sites gringos, viagens mundo à fora e transferir dinheiro ao exterior), ele também está presente no cartão de crédito no seu momento de maior aperto: quando atrasa o pagamento da sua fatura. 

Parece complexo, né?! Mas a realidade é que entender o IOF e em quais situações ele se aplica é a melhor forma de fazer uma gestão mais eficiente sobre o uso do seu cartão de crédito, evitando as temidas dores de cabeça e os apertos financeiros. 

O que é o IOF e como se aplica a cartões de crédito?

Você já deve ter se deparado com essa sigla em algum lugar, mas por se tratar de um imposto conhecido popularmente pela incidência em compras internacionais ou saques em moeda estrangeira, pode ser que não tenha prestado tanta atenção no seu real significado.

No caso, o IOF é a sigla para o termo “Imposto sobre Operações Financeiras” e se caracteriza como um tributo federal instituído pela Lei 5.143/1966, substituindo o antigo Imposto sobre Transferências para o Exterior, e nada mais é do que um regulador da economia.

E tem mais: é através da análise do volume de operações financeiras e da arrecadação desse imposto que o governo monitora a oferta e a demanda de crédito, garantindo maior transparência e estabilidade no mercado financeiro. 

Em 2022, por exemplo, a arrecadação do IOF triplicou, alcançando R$24,2 bilhões em novembro, um aumento de 322,65% em relação ao mesmo mês de 2021. Mas o que isso representa? Demonstra que o IOF tem um impacto significativo na regulação da economia, especialmente em momentos de instabilidade ou necessidade de medidas de controle.

Ou seja, não é só sobre analisar siglas e porcentagens, entender o IOF te ajuda a se tornar um consumidor mais consciente e responsável quanto às suas finanças, além de contribuir diretamente com a promoção de um mercado financeiro mais equilibrado e transparente.

Como funciona a cobrança do IOF no cartão de crédito?

Parte da percepção da importância do IOF é adquirida ao ter noção de como ele é cobrado em um cartão de crédito e, conforme citado antes, isso pode acontecer em algumas situações e não necessariamente estão sempre ligadas às transações internacionais, viu?! 

Entenda abaixo quando e como ele incide para evitar surpresas na fatura do cartão de crédito:

• Compras internacionais: seja online ou em lojas físicas, quando há conversão de moeda e mudança de regime cambial ocorre a incidência do IOF. Com isso, ele é aplicado sob uma alíquota específica, que atualmente é de 4,38%, mas está diminuindo gradativamente e será totalmente zerada em 2029, conforme aponta o governo.
  
  
• Operações de crédito: por exemplo, ele pode ser aplicado quando ocorre o pagamento parcial ou parcelamento da fatura, pois o valor em aberto é considerado "crédito rotativo". Assim, o imposto é cobrado sobre ele, sob uma alíquota de 0,38% a.m (ao mês), sendo calculada sobre o saldo devedor a cada dia.
  
  
• Saque em dinheiro no caixa automático: também é importante considerar que o IOF incide sobre saques em dinheiro, inclusive no Brasil. No entanto, essa incidência varia com o local em que o saque é realizado e principalmente com a instituição financeira -  consulte o site ou aplicativo do seu banco para saber a alíquota específica. 
  
  
• Atraso no pagamento da fatura: a mais temida de todas, porém, ao mesmo tempo, acaba sendo a situação mais comum em que o IOF passa a incidir. No caso, o atraso gera multa de 2% e juros rotativos, e o IOF também incide sobre esses encargos, com alíquota de 0,38% a.m. (e também aplica-se ao saldo devedor diário). Mas mesmo assim, é preciso saber como quitar dívida do cartão de crédito, por exemplo. 

Mas também precisamos falar das situações em que o Imposto sobre Operações Financeiras não se aplica, né?! Até para ter um pouco mais de alívio em determinadas situações e não relacionar o IOF a cobranças regulares, pois é exatamente o contrário. 

Por exemplo, ele não incide sobre compras nacionais, sejam elas à vista ou parceladas, desde que o pagamento da fatura seja feito de forma integral e dentro do prazo estabelecido. Nessas situações, o uso do cartão de crédito não gera a cobrança do IOF, mantendo-se isento.

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7 formas de evitar se complicar com pagamento de IOF no cartão

Mesmo sendo um imposto que se aplica a situações pontuais, a falta de planejamento e organização pode fazer com que a cobrança do IOF confunda e desorganize suas finanças. 

Por isso, é essencial ficar de olho e se planejar para evitar problemas, principalmente quando falamos em operações de crédito, mais especificamente o pagamento da sua temida fatura. 

Todo cuidado é pouco. Aqui estão algumas formas práticas de evitar complicações com o IOF:

1. Mantenha o pagamento da fatura em dia

Verdade seja dita, pagar sua fatura dentro do prazo é a melhor forma de evitar multas, juros e IOF sobre o crédito rotativo. Portanto, se organize e se possível configure um débito automático ou lembrete para não esquecer a data de vencimento.

2. Programe-se para pagar sempre o valor total da fatura

A gente sabe que existem meses em que o bolso aperta e o planejamento vai ralo abaixo, mas na pior das hipóteses evite pagar apenas o valor mínimo ou parcelar a fatura do cartão de crédito, pois isso ativa o crédito rotativo e gera mais encargos, incluindo o IOF.

3. Avalie quais compras internacionais irá fazer

Vai viajar? Então, antes disso, planeje suas compras no exterior, evitando gastos desnecessários e monitorando o impacto do IOF nas suas finanças. A melhor forma de evitar dores de cabeça é definindo um orçamento específico para gastos internacionais.

4. Em uma viagem internacional, prefira pagamento em espécie ou débito

Sempre que possível, leve moeda estrangeira em espécie ou utilize o cartão de débito para evitar o IOF sobre operações de crédito. A dica é focar no pagamento em espécie para compras menores e que não vão impactar tanto o seu orçamento, tenha atenção nisso. 

5. Acompanhe a cotação do dólar

Fique de olho na variação cambial para fazer compras no momento mais vantajoso. Utilize ferramentas online para acompanhar a cotação do dólar em tempo real, assim você evita sofrer variações excessivas ao efetuar o pagamento da sua fatura pós viagem ou compra internacional. 

6. Dê preferência para promoções

Alguém aí falou promoção ou desconto? Todo brasileiro adora um bom desconto e aproveitá-los pode ajudar a minimizar o impacto do IOF no valor total da sua compra. Neste caso, tente pesquisar o que deseja comprar em sites e aplicativos de comparação de preços.

7. Pesquise sobre legislação aduaneira

É muito importante conhecer as regras aduaneiras do país que você vai visitar para evitar surpresas desagradáveis e taxas extras. Esteja atento principalmente aos limites de compra isentos de impostos para evitar surpresas na alfândega. Consulte o site da Receita Federal. 

Organize-se e vá às compras com responsabilidade

Não é preciso ter medo ou receio do IOF. O mais importante é estar munido das informações corretas e atualizado sobre as cotações para estabelecer as melhores datas de compra, além de organizar bem as finanças para que nenhuma despesa se acumule. 

E com um bom planejamento, você pode aproveitar o sonho de uma viagem internacional incrível, fazer uma compra internacional sem dramas e usar seu cartão, escolhendo bem qual o melhor dia para compra no cartão de crédito, por exemplo, sem se preocupar com maiores riscos para sua saúde financeira.

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