Já se pegou pensando: “Nossa, como os brasileiros conseguem viver com tão pouco?” Essa pergunta, muitas vezes acompanhada de um sorriso amarelo, revela a realidade de muita gente por aí. A verdade é que, apesar de os salários não serem lá essas coisas, o grande desafio não está necessariamente na quantidade de dinheiro que entra, e sim em como você lida com ele.
Afinal, de que adianta ter um bom salário se no final do mês sempre sobra mês no salário?!
A falta de organização financeira é um problema que as pessoas carregam com elas desde crianças. Inclusive, foram poucas que realmente tiveram a oportunidade de aprender sobre dinheiro desde cedo. Mas calma, não precisa se desesperar! O mês das crianças está aí e é a hora de lembrar que educação é o melhor presente que podemos dar aos pequenos.
E quando falamos de educação, estamos falando também de educação financeira, viu?! Tendo em vista que quem aprende a cuidar do dinheiro na infância, tem muito mais chances de ter uma vida adulta mais tranquila e relativamente equilibrada financeiramente.
Você sabia que, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em maio de 2024, nada menos que 78,8% das famílias brasileiras estavam com alguma dívida?
Isso significa que quase 8 em cada 10 famílias enfrentam dificuldades para controlar suas finanças. Esse número, aliás, é um pouco maior do que o registrado em maio de 2023, mostrando que a situação do endividamento no país ainda é preocupante.
Mas afinal, por que tantas famílias estão passando por essa situação? Uma das principais razões é a falta de educação financeira — que é o processo de aprender a lidar com o dinheiro de forma responsável. Isso inclui desde entender como o dinheiro funciona até saber como economizar, investir e planejar para o futuro de forma eficiente e segura.
Agora, imagine se unirmos a educação financeira com a infância, será que teríamos mais crianças transformando-se em adultos financeiramente responsáveis? Sem dúvidas é justamente isso que a educação financeira infantil prega, pois, ao ensinar desde cedo a importância de valorizar o dinheiro, como também a diferença entre necessidade e desejo, pode ajudar o adulto do futuro a tomar decisões financeiras conscientes.
“Ah, mas ensinar assuntos sérios para as crianças é tão complicado”. Essa, sem dúvidas, é uma das frases mais comuns entre os pais e responsáveis que são questionados sobre a necessidade de abordar tópicos mais sérios com os seus filhos, inclusive a forma como lidam com dinheiro.
A verdade é que de assuntos complicados a vida está cheia e não dá para postergar uma conversa ou ensinamentos para quando as crianças atingirem a maturidade, não é mesmo?! É por isso que o ideal, em alguns momentos, é abordar tópicos complexos de forma lúdica e divertida (é justamente isso que a educação financeira faz).
Mas, atenção, tratar o assunto “saúde financeira” e “relacionamento com o dinheiro” de forma lúdica e divertida não significa não tratá-lo de forma eficiente, viu? A educação financeira infantil, por exemplo, exige seriedade e comprometimento de todos os envolvidos. É fundamental que as crianças entendam que dinheiro é um assunto importante, como também que a organização financeira é um hábito que deve ser cultivado desde cedo.
Portanto, para garantir que essa educação seja eficaz, é importante evitar alguns erros comuns:
É fundamental que a educação financeira infantil seja abordada com seriedade, mas sem perder a leveza e a diversão. Afinal, as crianças aprendem melhor quando se divertem!
Assim, ao aliar conhecimento e entretenimento, é possível tornar o aprendizado sobre dinheiro mais prazeroso e eficiente — tudo isso visando um futuro financeiramente saudável.
Para ajudar nesse processo, algumas estratégias podem ser adotadas. Confira:
A melhor forma de ensinar é através do exemplo. Se você demonstra hábitos financeiros saudáveis, como economizar e planejar, seus filhos tenderão a imitá-lo. Exemplo: ao fazer compras, explique as suas escolhas e como você compara preços.
Ajude as crianças a entender que nem tudo que queremos é necessário. Essa distinção é fundamental para evitar gastos impulsivos. Exemplo: use um quadro com duas colunas: "Quero" e "Preciso". Peça para a criança classificar seus desejos e necessidades.
Os jogos são uma forma divertida de aprender sobre dinheiro. Inclusive, existem várias opções que simulam situações reais do dia a dia, como comprar uma casa. Exemplo: jogos como "Banco Imobiliário" ajudam as crianças a entender sobre compra, venda, aluguel e investimento.
Existem diversos apps que ensinam sobre dinheiro de forma divertida e interativa. Eles podem ser uma ótima ferramenta para complementar o aprendizado. Exemplo: apps que permitem que as crianças criem suas próprias contas bancárias virtuais e gerenciem seu dinheiro.
A mesada é uma ótima forma de ensinar as crianças a lidar com o dinheiro. Ela permite que as crianças aprendam a tomar decisões sobre como gastar, economizar e investir seu dinheiro. Exemplo: estabelecer uma mesada semanal ou mensal e permitir que a criança escolha como gastar parte do dinheiro e economizar outra parte.
Muitas instituições financeiras oferecem contas digitais para menores de idade, com funcionalidades básicas e supervisão dos pais. Essa é uma ótima forma de dar às crianças mais autonomia e responsabilidade sobre seu dinheiro. Exemplo: abrir uma conta digital para a criança e permitir que ela acompanhe seus gastos e economias através de um aplicativo.
Histórias e livros infantis podem ser uma ferramenta poderosa para ensinar sobre dinheiro. Inclusive, existem diversas histórias que abordam temas como a importância de economizar dinheiro e o valor do trabalho. Exemplo: ler histórias sobre personagens que enfrentam desafios financeiros e como eles os superam pode ser um bom começo.
Estabelecer metas em conjunto com as crianças ajuda a motivá-las a economizar e a trabalhar para alcançar seus objetivos. Exemplo: definir uma meta de economizar para comprar um brinquedo ou fazer uma viagem que a criança deseja, incentivando ela a monitorar tanto os seus gastos, quanto também da sua família. Tudo isso focando em objetivos maiores.
As atividades de role-playing, que na prática significa simular ou encenar um evento real, permitem que as crianças vivenciem diferentes situações e tomem decisões financeiras eficientes. Exemplo: você pode simular como economizar no supermercado e, então, pedir para a criança escolher os produtos que ela vai comprar e calcular o valor total da compra.
Ensinar educação financeira para crianças é fundamental para garantir um futuro mais seguro e próspero para elas. Ao transformar o aprendizado em uma experiência divertida e interativa, utilizando jogos, histórias e atividades práticas, é possível despertar o interesse das crianças e ajudá-las a desenvolver hábitos financeiros saudáveis desde cedo.
E tem mais, ao envolver a família no processo e utilizar ferramentas como aplicativos e contas digitais, a educação financeira se torna mais eficaz e acessível. Portanto, use e abuse dos exemplos do dia a dia e do estabelecimento de metas em conjunto, pois as crianças aprendem a importância de economizar, planejar e tomar decisões conscientes sobre o dinheiro.
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