Se tem uma coisa que tira o sono de qualquer pessoa, é quando a fatura do cartão chega. Naquele instante tudo passa por sua cabeça e você até se pergunta: “quando eu achei que era rica e gastei tudo isso?”. Pois é, parece que aquelas comprinhas do dia a dia nem eram tantas assim, mas se tornaram uma verdadeira lista quilométrica de gastos, não é mesmo?
O maior problema disso é quando você não consegue se planejar para pagar a fatura, pagando fora do prazo ou um valor menor do que o total, gerando o temido crédito rotativo, que é o valor que você não conseguiu pagar da sua fatura atual, transferido para o próximo mês, com a incidência de juros sobre ele – que por sinal, é um dos juros mais caros do mercado!
Este pequeno vilão faz sua dívida crescer ainda mais e pode até mesmo te enfiar em uma bola de neve cheia de dívidas e dores de cabeça. Por isso, é essencial ter cuidado e atenção.
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Sabe quando você olha para sua fatura e fala: “vou pagar somente o mínimo e depois me viro”?
Bom, é nessa hora que você abre as portas da vida para que o crédito rotativo comece a fazer parte dela. Esse valor que ficou em aberto chegará na próxima fatura com juros que podem ser altíssimos, e comprometer aquela compra específica, abalar seu orçamento para os próximos meses ou até mesmo estragar uma viagem que havia planejado.
Apesar da palavra crédito significar algo bom, neste caso não é muito. Afinal, o crédito rotativo é uma espécie de empréstimo que o banco te dá quando você não paga o valor total da fatura do seu cartão de crédito. Em outras palavras, é como se o banco te emprestasse o dinheiro que você não tem para pagar ele mesmo e não para por aí, por bancar essa parte faltante, ele também cobra um valor a mais pela “comodidade”, mas que no fim das contas se torna algo bem caro.
E quando o assunto é crédito rotativo também é preciso se atentar a existência dos tipos que existem, sendo o regular e o não-regular. O regular, por exemplo, é feito quando você paga o valor entre o mínimo e intermediário da fatura e digamos que este é o mais “tranquilo” dos casos.
Já o crédito rotativo não regular é quando você não paga a fatura e é aí que a coisa desanda, já que neste caso as taxas de juros são ainda mais altas e você pode ver sua dívida dobrando em pouco tempo.
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O crédito rotativo pode ser utilizado apenas uma vez ao mês, esse fato ocorre porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) obriga aos bancos transferirem essa dívida para o crédito parcelado, que conta com juros menores. Ou seja, mesmo que na pior situação, ainda há luz no fim do túnel, porém, não entrar nela é a melhor saída.
A taxa do crédito rotativo sofre mudanças mensais e varia de acordo com o Banco Central, podendo ultrapassar 1000% ao ano. Isso significa que, se sua fatura fechar em R$ 1 mil e você fizer um pagamento de R$ 500 e a taxa de juros estiver em 13% ao mês, no próximo mês, quando for cobrada a outra parte, de R$ 500, o valor já com os juros chegará em R$ 565.
Isso mostra que em menos de um ano no crédito rotativo, uma dívida pode dobrar.
Ficar de olho no uso do cartão de crédito é a melhor forma de se proteger contra o crédito rotativo, mesmo aquelas comprinhas básicas, como um lanchinho e uma pizza no fim de semana, somam para uma fatura mais extensa. E essa fatura mais longa pode pesar no fim do mês, levando você a perder o controle do seu orçamento.
Outros detalhes que podem ajudar para que isso passe longe de levar seu suado dinheirinho é:
Somente quando sabemos as taxas que temos de pagar é que racionalizamos o uso do dinheiro. Afinal, quando você sabe que com o valor dos juros daria para comprar vários mimos para seu guarda-roupa é que consegue controlar as contas.
Faça planilhas e anote tudo o que puder para saber o quanto está entrando e saindo de dinheiro. Levante todas suas contas fixas e variáveis, assim como todas suas rendas, para saber se o valor que entra não é menor do que o que sai.
Assim como cuidar para que você não ultrapasse o limite de gastos do mês, é importante também que você pague sempre o valor total, assim poderá evitar a tristeza que é pagar juros.
Parcelar é maravilhoso, mas tenha cuidado ao repetir isso muitas vezes, com parcelas de R$ 50 em R$ 50 é que sua fatura chega a valores altíssimos.
Por mais que sejam parcelas baixas, quando muitas coisas são parceladas, a fatura sobe e você pode se perder na soma desses valores com as compras do mês, jogando sua fatura lá nas alturas.
Se mesmo após tentar tudo, ainda não conseguir pagar o valor total, opte por parcelar o valor da fatura, assim os juros são menores e você consegue sair desta situação mais facilmente.
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Viu que as contas vão apertar e não vai ter jeito de pagar o total da fatura? Então a melhor saída é parcelar o valor, assim você paga menos juros e não corre o risco de entrar em uma bola de neve.
Mas lembre-se, mesmo com essa facilidade, é essencial controlar o gasto com cartão de crédito e caso não conseguir parcelar, procure pagar qualquer quantia. O ideal é não deixar sua fatura em aberto, pois dessa forma os juros chegam ao seu ápice, e sua carteira tem um só destino: ficar vazia por um bom tempo só pagando juros.