Sabe quando você escolhe vestir um casaco que há muito tempo não costumava usar e quando coloca a mão no bolso encontra uma quantia de dinheiro? Essa sensação é impagável, não é mesmo?! Agora imagina isso em uma proporção um pouquinho maior.
Parece surreal, mas existem pessoas que esquecem quantias bem maiores de dinheiro em contas bancárias, corretoras e distribuidoras, entre outros pelo Brasil e muitas acabam esquecendo por simplesmente mudar de conta ou contratar outras corretoras, enquanto outras pessoas têm esse esquecimento justificado pela falta de controle nas finanças.
Independente do motivo, lembrar que tem um dinheiro a receber é sem dúvidas uma das melhores sensações e, com o Sistema de Valores a Receber (SVR) desenvolvido pelo Banco Central (Bacen), essa sensação passou a ser vivenciada por milhares de pessoas. E o melhor: ao resgatar esses fundos, essas pessoas não só recuperam um dinheiro que pensaram estar perdido, mas também têm a oportunidade de fazê-lo render.
Esse é o seu caso? Então, você tem a oportunidade de recuperar o dinheiro esquecido e destiná-lo para funções mais eficientes, seja para pagar uma conta, criar uma reserva de emergência ou simplesmente fazê-lo multiplicar com investimentos, ou rendimento de conta.
Em um país em que cerca de 77,8% da população está endividada, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), como que uma pessoa consegue esquecer que tem uma quantia de dinheiro parada em uma conta bancária aleatória?
Essa se tornou uma das perguntas mais comuns depois que o governo federal divulgou que a quantia de R$8,02 bilhões estavam “esquecidas” em instituições financeiras do Brasil e estariam disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber - considerando que essa quantia não pertence apenas às pessoas físicas, como também jurídicas.
Infelizmente isso acontece por diferentes motivos, seja pelo desuso de uma conta bancária, abertura de novas contas sem o devido acompanhamento, erros bancários ou de empresas especializadas em consórcio e aplicações financeiras, e até pela falta de organização financeira.
Mas a realidade é que independente do motivo está mais do que claro que o esquecimento pode acontecer. A boa notícia é a existência de um programa que visa o retorno desse dinheiro para os seus verdadeiros donos, que podem fazer um bom uso sobre a quantia esquecida.
Aliás, segundo dados divulgados pelo Bacen, mais de R$6,54 bilhões já foram resgatados, mas ainda falta uma grande quantia a ser recuperada. Por isso, vale a pena ficar atento.
“Ah, mas toda a quantia de dinheiro que o SVR aponta que eu tenho esquecido está na mesma instituição financeira?”. Não, necessariamente. No início deste projeto o Bacen explicou que os R$8,02 bilhões estavam distribuídos entre bancos, empresas administradoras de consórcio, instituições de pagamento, financeiras, cooperativas, corretoras e distribuidoras, entre outros.
Ou seja, se o programa apontar que você tem, por exemplo, cerca de R$1.000 para resgate, pode ser que essa quantia esteja em mais de um banco, corretora e assim em diante. Por isso, é muito importante se cadastrar no Sistema de Valores a Receber e verificar atentamente todas as informações compartilhadas, bem como se existe alguma quantia esquecida e o “local”.
Para fazer a consulta é preciso seguir os passos abaixo:
Vale pontuar que para acessar o próximo passo é preciso ter uma conta no Gov.br, e ela precisa ter nível prata ou ouro. Além disso, o Banco Central recomenda que caso tenha valores a receber e ainda não esteja no nível de conta recomendado, o ideal é que o ajuste seja feito antes de fazer a solicitação para não correr o risco de manter o dinheiro travado pelo sistema.
Ah, quer saber de onde surgiu esse “dinheiro esquecido”?
Isso também será possível consultar no SVR e, aliás, segundo o Banco Central essa quantia pode ser proveniente de diversas situações, como parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas; contas correntes ou poupanças já encerradas, porém com saldo disponível; recursos não procurados de grupos de consórcio já encerrados; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas com saldo disponível; tarifas cobradas de forma indevida; e até contas pré ou pós-pagas (inclusive cartões de crédito) encerradas com saldo disponível.
Após consultar o dinheiro esquecido no site e chegar à constatação de que há valores a serem recebidos, você precisa acessar o Sistema de Valores a Receber para entender a origem desse dinheiro esquecido e identificar as instituições responsáveis pelo pagamento.
Para isso, é necessário seguir alguns passos. Confira:
Caso não esteja disponível a opção "Solicitar por aqui", que te dá a opção de selecionar uma das suas chaves Pix, será necessário entrar em contato diretamente com a instituição financeira indicada pelo sistema como “responsável por devolver” o seu dinheiro parado. Você pode fazer isso pelo telefone ou pelo e-mail informado por ela para combinar a forma de devolução.
Caso isso aconteça, a instituição financeira não é obrigada a devolver o valor em até 12 dias úteis. E, se preferir, é possível criar uma chave Pix e voltar ao sistema para solicitar o valor.
Outra informação relevante é que, caso o valor a receber seja acima de R$100, será necessário ativar o duplo fator de autenticação. Para isso, é preciso entrar no seu aplicativo Gov.br.
➡️ Você também pode solicitar valores para parentes falecidos. Para isso, você precisará fornecer documentos que comprovem a sua relação com o falecido e a legitimidade para fazer a solicitação, como certidão de óbito e documentos de herdeiro. |
Manter o controle financeiro e uma boa gestão é essencial para garantir que outros valores não sejam esquecidos novamente. E dependendo dos valores recuperados, esses fundos podem representar um alívio nas contas, ajudando a pagar dívidas ou cobrir despesas imprevistas.
Além disso, esse dinheiro pode ser uma oportunidade para impulsionar investimentos e realizar projetos que estavam na gaveta, contribuindo para uma maior segurança e prosperidade financeira no futuro. Portanto, procure ao máximo adotar práticas financeiras mais saudáveis para organizar suas finanças, garantindo um fortalecimento do potencial de seus recursos e evitando, assim, surpresas desagradáveis.
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